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    Conheça os satélites que geram os dados do Amazônia.vc

    Pedro
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    Mensagem por Pedro Qui Set 11, 2008 12:30 am

    Conheça os satélites que geram os dados do Amazônia.vc


    Inpe se baseia em imagens de satélites nacionais e estrangeiros.
    Aplicativo inclui informações de dois sistemas de monitoramento.

    Dennis Barbosa

    Do Globo Amazônia, em São Paulo

    O aplicativo Amazônia.vc concentra dados de dois
    sistemas de monitoramento do Inpe. (Foto: Reprodução)

    O aplicativo Amazônia.vc, que a Globo lança neste domingo (7)
    junto com o portal Globo Amazônia, permite visualizar em uma só
    tela os dados de dois sistemas usados pelo Instituto Nacional de
    Pesquisas Espaciais (Inpe) para monitorar a devastação da
    floresta - o Monitoramento de Focos de Queimadas e o Sistema de
    Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

    O Deter foi desenvolvido como um sistema de alerta
    para apoiar a fiscalização e o controle de desmatamento e usa
    principalmente imagens do sensor Modis instalado no satélite
    Terra, da agência espacial norte-americana (Nasa). Este satélite
    tem um par chamado Aqua, também equipado com o Modis. Ambos
    orbitam a 705 quilômetros de altura, mas o primeiro sobrevoa a
    Amazônia pela manhã e o segundo, à tarde.

    Veja também:
    http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL750224-16052,00-VIGIE+A+AMAZONIA+E+PROTESTE+CONTRA+A+DESTRUICAO+DA+FLORESTA.html

    Pelas condições de luz, as imagens do período
    matutino são as mais adequadas para o Deter.

    Lançamento do satélite CBERS 2, em outubro de 2003,
    a bordo do foguete chinês Longa Marcha 4B. (Foto: Divulgação/Inpe)


    O sistema se baseia também em um sensor chamado WFI, instalado no
    satélite sino-brasileiro CBERS 2. O Modis e o WFI têm resolução
    de cerca de 250 metros, ou seja, suas imagens, que cobrem uma
    área de 900 km por 900 km, têm pixeis (pontos) que equivalem à
    extensão de 250 m por 250 m.

    As imagens dos satélites são recebidas pelo Inpe e
    analisadas visualmente por uma equipe de seis técnicos que
    marcam as áreas de desmatamento. Eles assinalam tanto terras
    onde houve corte raso (derrubada de todas as árvores), quanto
    áreas em processo de desmatamento por degradação florestal
    (quando somente parte das árvores é cortada, deixando a floresta
    mais "rala").

    Margem folgada


    "O Deter trabalha com uma margem mais folgada [para
    classificar o que é desmatamento] para registrar mais áreas
    ameaçadas", explica o coordenador do projeto Amazônia do
    Inpe, Dalton Valeriano.

    No caso de corte raso, os órgãos de fiscalização
    podem buscar os responsáveis quando se trata de ação ilegal e,
    no caso das áreas de degradação progressiva, além de encontrar
    os culpados, o Estado pode atuar para tentar reverter o
    processo.

    O Deter detecta apenas desmatamentos com área
    maior que 25 hectares (2,5 quilômetros quadrados) e, devido à
    cobertura de nuvens, nem todos os desmatamentos são rastreados
    pelo sistema. "Para focos de desmatamento com mais de 2
    quilômetros quadrados, temos uma margem de acerto próxima de
    100%", aponta Valeriano, ponderando, no entanto, que,
    devido à fiscalização das autoridades, o desmatamento de áreas
    grandes está diminuindo.

    Como cerca de 25% acontece em áreas menores que 25
    hectares (ou seja, invísiveis para o Deter) e outra quantidade
    considerável ocorre em áreas de até 50 hectares (nas quais o
    Deter tem uma margem de erro mais alta), o coordenador calcula
    que o sistema consiga monitorar aproximadamente a metade do
    total do desmatamento na Amazônia.

    Levantamento Anual


    Além do Deter, o instituto faz um levantamento anual mais
    detalhado do desmatamento por meio do Projeto Prodes, que tem
    precisão de 95%. Graças ao Prodes, hoje é possível saber que a
    Amazônia Legal já perdeu 728.526 km² de sua cobertura original
    de floresta (cerca de 17% do total).

    Pelo seu maior grau de precisão, o Prodes é a
    referência mais importante para o acompanhamento do desmatamento
    a médio e longo prazo. "O Prodes não pode falhar porque, se
    isto acontecer, a comunidade internacional vai achar que o
    Brasil está escondendo os dados", explica Valeriano.

    O sistema utiliza fotografias enviadas à Terra
    pelo Landsat 5, satélite americano lançado em 1984. Por já estar
    20 anos além da vida útil originalmente prevista, as imagens que
    ele produz apresentam deformações que prejudicam o
    georreferenciamento (determinação da localização exata da área
    fotografada).

    "Em abril, ele deu uma pifada", observa
    Valeriano. "Não podemos depender do Landsat. Com satélite,
    quem tem só um, não tem nenhum", acrescenta. Para garantir
    a confiabilidade do Prodes, o Inpe usa imagens complementares do
    CBERS 2 e compra também as do sistema DMC, uma constelação de
    cinco satélites internacionais.

    Uma equipe de cerca de 30 técnicos analisa 213
    imagens que cobrem toda a Amazônia Legal. As áreas mais
    críticas, como as do chamado "Arco do Desmatamento",
    uma larga faixa do território brasileiro que corre paralela às
    fronteiras das regiões Norte e Centro-Oeste, são as primeiras a
    serem analisadas.

    Radiação


    O Monitoramento de Focos de Queimadas, por sua vez, acontece por
    meio do rastreamento do espectro de radiação eletromagnética da
    superfície terrestre. É uma técnica semelhante à que satélites
    militares já utilizaram para vigiar o lançamento de mísseis
    inimigos. A radiação do calor produzido pelo lançamento, assim
    como pelo fogo na mata, é registrado por um sensor do satélite.
    Ao contrário do que acontece com o Prodes e o Deter, o mapa de
    queimadas não é produzido por técnicos, mas por algoritmos que
    automatizam o processo.

    Com esse método, o reflexo da luz do sol sobre espelhos
    d'água poderia ser erroneamente interpretado como fogo. Por
    isso, uma máscara com todos os rios e lagos é aplicada sobre o
    mapa de queimadas, deixando apenas os pontos detectados em terra.

    O sistema é atualizado seis vezes por dia com dados de diferentes
    satélites estrangeiros, como a dupla Terra/Aqua e os satélites
    ambientais Goes 10 e Goes 12, também da Nasa. Os dois últimos
    são geoestacionários, ou seja, giram na mesma velocidade angular
    da Terra, a cerca de 36 mil quilômetros de altitude, sempre
    sobre o mesmo ponto da superfície (o Goes 12 está posicionado
    sobre o Rio Amazonas). O Inpe mapeia queimadas em todo Brasil e
    em países vizinhos também. No Amazônia.vc, contudo, são
    utilizados apenas os dados referentes à Amazônia

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